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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Psicóloga do elenco de Carrossel diz que é mediadora

Depois do sucesso no México, “Carrossel” transformou-se em uma verdadeira febre no Brasil. Os principais personagens e suas histórias comoventes – que alertavam os adultos e encantavam crianças – cativaram o público por volta dos anos 1990 por aqui.
A trama infantil com uma pegada educativa deu tão certo, que o SBT decidiu investir na ideia de fazer um remake. Em maio deste ano, estreou a versão brasileira da novelinha, adaptada por Íris Abravanel e que mostra os conflitos entre crianças de sete a dez anos.
Cirilo, Maria Joaquina, Valéria, Professora Helena, e outros personagens caíram no gosto da criançada brasileira e até de seus pais, que perceberam como a novelinha pode ser inspiradora e saudável.
O elenco de Carrossel” é bastante novinho. Em entrevistas, os atores-mirins se mostram bem quietinhos, concentrados em seus trabalhos, são superdesenvoltos, e isso pode acabar sendo confundido com uma “adultização”. E é nesse ponto que há uma observação. Será que a infância é perdida quando a criança já tem a responsabilidade de um trabalho? E será que ela consegue lidar com o momento de sua vida real e o de seu personagem na ficção?
Para tentar solucionar esses possíveis problemas que podem surgir na cabeça desses pequenos talentos, o elenco infantil de “Carrossel” conta com um time exclusivo: com pedagoga, psicóloga, pediatra, nutricionista.
Rosa Maria Naccarato Szwarcberg é terapeuta há 25 anos e foi contratada pela produção da novelinha para acompanhar toda a fase e trabalho – e fora dele – da turma toda. Em entrevista ao Famosidades, ela contou que já começou seus trabalhos com os atores ainda mesmo antes de começarem as gravações.
“Meu principal objetivo é trabalhar para que eles entendam seus personagens e ajudar para que façam a separação entre a vida do personagem e a vida deles. Muitas das crianças têm as características da personalidade da trama, como Cirilo, que é negro. Deixamos claro que ele não pode incorporar esse personagem de maneira que se misturasse com ele”, explicou.

Como são crianças, a terapeuta contou que os interesses que cada um tem são diferentes, e as experiências também não são as mesmas: “Tentamos organizar o grupo de modo que as diferenças não fossem problemas no relacionamento entre eles”. A maior dificuldade encontrada por Rosa Maria nesses quatro meses com o elenco foi a “concentração no trabalho”.
Ela contou que o diálogo é bastante usado, mas que não se sobra muito tempo por conta do horário extenso de gravações (seis horas por dia). “Olho o roteiro e vejo qual ator está disponível para falar comigo. Sempre acompanho as gravações, e já introduzi jogos para que eles se empenhem mais a ficar atentos e concentrados.”, disse ela, que também conversa individualmente com cada criança. “Elas sabem que não falo nada para ninguém, então me contam alguns segredinhos.”

Como sabemos, a convivência assídua pode tornar as brigas mais frequentes ou propensas a acontecer. Questionada se rolavam muita discussão no elenco, Rosa Maria não titubeou ao responder: “Desentendimentos existem, são naturais. É quase a mesma coisa que aquilo que a gente vê na TV”.
Ela ressaltou ainda que seu foco não é saber se as crianças brigaram ou não, e sim “quando eles conseguem sozinhos entrar em um acordo”. “Tenho um histórico de acompanhamento da conduta, que preencho todos os dias. Tenho a função de ser mediadora. No começo, os atritos eram mais frequentes, agora são quase nulos.”
Rosa Maria Szwarcberg foi contratada para trabalhar nos primeiros meses de gravações do folhetim, mas seu contrato foi estendido: acharam que sua presença lá ia aumentar a qualidade de trabalho das crianças, e também a relação entre elas.
Como são muito crianças e precisam fazer uma jornada dupla, a dúvida é se isso tudo não vai fazer mal a eles nessa época tão importante, que é a infância.
“Também me questionei sobre isso antes de aceitar o trabalho [risos]. Mas dentro da avaliação que fiz com as famílias, percebi que o desejo primário era da criança. Para elas, trabalhar não é um fardo, é uma diversão. Eles são extremamente motivados. Isso foi uma coisa que aprendi na prática!”, destacou.
A psicóloga ainda viu um ponto positivo de o elenco começar a trabalhar muito cedo: “Eles ainda estão em processo de formação. É ali que eles vão definir o que realmente eles querem”.
Fonte: MSN

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