Duas polêmicas, pelo menos, rondam o atual sucesso de "Carrossel", do
SBT. A primeira é o fato de a novela infantil fazer merchandising,
inclusive com as crianças do elenco.
O próprio Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária)
condena que se use o apelo de um personagem do universo infantil para
vender produtos diretamente. Quando esse personagem é também uma
criança, tanto pior.
Mas os alunos da Escola Mundial tornaram-se galinhas dos ovos de ouro.
Além da propaganda embutida na novela, faturam com licenciamento e
bombam a audiência de todo o canal -hoje mesmo Larissa Manoela/Maria
Joaquina vai cantar no "Domingo Legal"...
A falta de freio do SBT com o uso das crianças nesse novo baú da
felicidade é um prato cheio para quem defende que a autorregulamentação
não é suficiente para evitar abusos. E não são poucos os projetos de lei
propondo controle do governo na publicidade infantil.
Uma outra controvérsia é menos política e ronda conversas de professores
e pais. Crianças estão imitando o comportamento dos personagens. Se for
um gesto meigo de Cirilo, ótimo, mas se for uma birra de Maria
Joaquina, aí complica.
Tanto essa questão quanto a da publicidade só reforçam algo que parece
consenso entre especialistas em mídia e criança: é preciso sentar ao
lado dos filhos no sofá.
Com um adulto ao lado para dizer que a sandália da marca tal não é boa
só porque Maria Joaquina usa ou que ela não deveria tratar Cirilo mal só
porque ele é pobre, "Carrossel" pode ser um ótimo programa. Assim como
qualquer infantil, aliás.
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